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Full text of "Existe Um Anjo Acompanhando O Crente O Tempo Todo"

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Carta de Van Til para Schaeffer 




Querido Francis: 

Você se lembra que algum tempo atrás eu enviei a você uma cópia de um memorando em que eu escrevo 
sobre sua preleção em Wheaton. Agora que seu livro "O Deus que Existe" foi publicado eu gostaria de 
fazer alguns outros comentários. 

Deixe-me introduzir o que disse, por repetir o que eu disse no memorando, que eu tenho uma grande 
admiração por sua pessoa e por sua obra no LAbri. Aqueles que têm estado com você falam na maioria 
das vezes em termos entusiásticos o que você realiza com os intelectuais modernos. 

Deixe-me começar enfatizando o fato de que ambos temos essencialmente o mesmo objetivo em nosso 
trabalho. Nós estamos nos dirigindo ao homem moderno, em particular a jovens educados, a fim de que 
reconheçam Jesus Cristo como aquele que nos fala com absoluta e infalível autoridade nas línguas 
originais do Velho e Novo Testamentos, como Salvador e Senhor. 

Além do mais, eu penso que nós concordamos que o evangelho bíblico da soberana e salvadora graça, o 
qual o homem moderno necessita e é mais bem reproduzido nas Confissões Reformadas. Quando a 
Confissão de Westminster fala de Deus como "único e todo suficiente" e como "a única fonte do ser" ela 
está falando do Triuno Deus, Pai, Filho e Espírito Santo (Cap. 2) do qual, a Escritura fala. Este é o Triuno 
Deus da Escritura que existe. É o Deus que criou o mundo e que é, portanto, manifesto no mundo. As 
obras da criação e da providência são as obras deste Deus. Aquele que não reconhece a presença e toda 



controladora atividade deste Deus na natureza e na história, consequentemente, em um sentido básico, 
interpreta mal todos os fatos com os quais lida de alguma maneira. 

Eu penso que você concorda então que, nenhuma forma de teologia natural jamais falou propriamente do 
Deus que existe. Nenhum dos grandes filósofos gregos, mesmo Platão e Aristóteles, e nenhum grande 
filósofo moderno, como Descartes, Kant, Hegel ou Kierkegaard e outros, jamais falou do Deus que existe. 
O sistema de pensamento desses homens representa uma supressão da revelação de Deus que existe. 

Mais uma vez, nós sabemos que o homem foi criado a imagem deste Triuno Deus. Cada homem é, 
portanto confrontado com a revelação do Triuno Deus em sua própria constituição, bem como nos fatos 
de seu ambiente. O homem não pode de forma alguma desligar o botão de sua autoconsciência, mas ele 
verá a face deste Deus que existe. O Triuno Deus da Escritura que existe está em todo lugar e é 
inescapável em toda parte. 

Nós conhecemos este fato de que o Deus que existe está em todo lugar e é inescapável porque ele nos 
falou na Escritura. Ele nos falou em Jesus Cristo, o Filho de Deus a segunda pessoa da Trindade. Jesus 
nos diz que é um com o Pai. Por dirigir os apóstolos de Cristo, o Espírito Santo, a terceira pessoa da 
Trindade, nos deu as Escrituras. Das Escrituras, a palavra do Triuno Deus, nós aprendemos o que ele fez 
em relação ao homem. No começo da história ele estabeleceu uma aliança com o homem. Ao obedecer às 
ordenanças de Deus o homem obteria vida eterna. Em desobedecer ele colheria morte eterna. 

O homem desobedeceu. Como consequência ele e todo universo criado com ele, está sob maldição de 
Deus. A ira de Deus desde já foi revelada dos céus para com homem caído. O Deus que existe está em 
todo lugar e é inescapável para quem quebra o pacto, como o Deus que pune a depravação humana e toda 
iniquidade de todos os homens. Certamente, Deus restringe sua ira. Ele dá aos homens chuva, faz brilhar 
o sol e estações frutíferas. Ele chama todos os homens ao arrependimento através das boas dádivas que 
ele lhes dá. Mas se eles não se arrependem eles permanecem sob a sua ira. Este fato, como Calvino 
colocou, todos os homens deveria ver, porque elas existem claramente para serem vistas. Toda forma de 
mal, físico, bem como moral, é em última análise a consequência do pecado humano. No entanto, nenhum 
homem possui de um estudo de si mesmo e dos fatos da natureza por meio da observação e 
racionalização, jamais pode chegar à conclusão que é uma criatura de Deus e que ele é um pecador à vista 
de Deus, que, a menos que ele se arrependa, permanece sob a ira de Deus. O "homem natural" assume que 
pode e deve interpretar-se a si mesmo e os fatos do universo sem nenhuma referência ao Deus que 
verdadeiramente existe. O "homem natural" assume que os fatos do espaço-tempo no mundo não são o 
que Cristo, falando pelo Triuno Deus diz que eles são. Para o homem natural os fatos estão exatamente 
ali. Eles são condicionais, i.e. não pré-interpretados por Deus. 

O "homem natural" pressupõe que há um "princípio de racionalidade," incluindo as leis da lógica, i.e. a lei da 
identidade, a lei do meio excluído e a lei da contradição, as quais são como os "fatos" são exatamente. 
Eles falam dos fatos que pressupõem como fatos não criados. Não há maldição sobre a natureza por 
causa do pecado do homem. O "homem natural" assume que em si mesmo, estando exatamente ali pode 
relacionar ao espaço-tempo fatos os quais estão exatamente ali por meio de um princípio de racionalidade 
que está exatamente ali para um outro ou que se ele não pode fazer isto, ninguém mais pode. Não lhe 
ocorre pensar de Deus como o único, cujos pensamentos são mais altos que os seus pensamentos. 
Como eu faço como um cristão, sei de todas estas informações sobre o "homem natural". Cristo me diz 
isto nas Escrituras. Além do mais, a obra regeneradora do Espírito Santo dá-me vida da morte a fim de que 
eu compreenda isto não meramente de forma intelectual, mas existencialmente, eu nasci outra vez para o 
conhecimento. Uma vez nascido de novo eu conheço que eu sou uma criatura feita à imagem de Deus. Eu 
agora sei que juntamente com todos os homens eu me tornei um pecador, um quebrador do pacto, sujeito 
a ira de Deus. Eu sei agora que Cristo morreu para redimir-me da maldição que repousou sobre mim por 
minha desobediência à lei de Deus e que nele eu estou agora justificado. Eu sei que eu estou juntamente 
com o corpo dos redimidos a caminho da presença do meu salvador. Nas palavras do catecismo de 
Heidelberg eu estou agora persuadido que, "eu pertenço não a mim mesmo, mas ao meu fiel salvador e 
que sem a vontade de meu Pai celestial nenhum fio de cabelo cairá de minha cabeça". Todas as coisas na 
dimensão eu-tu (coisas) bem como todas as coisas na dimensão eu-tu (pessoas) estão unificados 



através da direção controladora de Jesus Cristo, o salvador de seu povo.Acidade de Deus será vitoriosa 
sobre a cidade dos homens. Os poderes do inferno não podem frustrar a vitória do Deus Triuno para a 
salvação do mundo. 

O "homem natural" pressupõe que há um "princípio de racionalidade," incluindo as leis da lógica, i.e. a lei da 
identidade, a lei do meio excluído e a lei da contradição, as quais são como os "fatos" são exatamente. 
Eles falam dos fatos que pressupõem como fatos não criados. 

É agora minha tarefa, delegada para mim por meu salvador, suplicar a todos os homens que se reconciliem 
com Deus. É agora minha tarefa como um simples crente testemunhar como um simples crente, por 
palavras e com a minha vida, para simples incrédulos. Eu devo dizer aos homens clara e simplesmente que 
as coisas estão muito erradas com eles mesmos, como eles mesmos admitem para eles que estão. Para o 
meu simples vizinho incrédulo eu devo ser como um doutor. Quando um doutor vem, eu falo ao meu 
vizinho, ele não pede a você, como paciente para diagnosticar a natureza de sua doença. O doutor pode 
perguntar a você, eu digo ao meu vizinho, onde está a dor. Adespeito de tudo, é o doutor que faz o 
diagnóstico de sua doença. 

O diagnóstico é que você tem uma doença que o conduzirá à morte. Você está sobre a escada que conduz 
em direção a separação eterna do amor de Deus. Você está nesta escada descendente, não por causa do 
mundo, na verdade, realmente aconteceu por ser construída desta maneira somente por que você, com 
todos os outros homens odeiam o Triuno Deus, o criador-redentor dos homens. Deus chama você ao 
arrependimento (Rm 2). Você tem desprezado e continua a rejeitar seu chamado. Você merece ir para o 
inferno. 

Eu sou melhor que você? Não, de maneira alguma! Eu também estava no caminho da morte, mas Deus me 
alcançou para mudar minha disposição interior. O Triuno Deus alcançou-me com graça. Ele deu-me vida! Eu 
estava morto em delitos e pecados. Eu odiei Deus. Eu estava desamparado em meu ódio por Deus. Eu não 
podia amar Deus e meu próximo porque eu não queria, e eu não queria amar a Deus e meu próximo porque 
eu não podia. 

Agora que eu conheço Deus, ou antes, sou conhecido de Deus, agora que eu sou como Paulo diz que, 
nascido de novo para o conhecimento, agora que eu posso olhar para trás e ver a natureza do pecado do 
qual eu fui salvo. Somente agora que eu vivo eu entendo alguma coisa da natureza da morte da qual eu fui 
resgatado. 

Eu agora sei que eu deveria ter visto que o Triuno Deus das Escrituras está em todo lugar operando no 
mundo. O Triuno Deus está plenamente presente em todo lugar. Mas eu, juntamente com todos os outros 
homens tenho desviado os olhos dele. Depois disso, eu precisei não somente de nova luz, a luz da graça 
ou a obra redentora de Deus na história, mas também um novo poder ou luz. "Porém o homem natural não 
pode receptar as coisas do Espírito de Deus: pois elas são loucura para ele, nem pode conhecê-las, 
porque elas são discernidas espiritualmente" (1 Co 2.14). 

Isto é assim, quando eu falo como um simples crente ao meu vizinho, um simples incrédulo, que eu pleiteio 
com ele para apresentar-lhe seu fútil, incorrigível antagonismo para com a ameaçadora voz de Deus. Meu 
Senhor e Salvador ordena-me e nesta ordem dá-me o grato privilégio de assim falar ao meu próximo. 
"Venha a mim todo o que está cansado e oprimido e eu darei a você descanso" (Mt 11.28). Seguindo o 
exemplo, bem como o mandamento do meu Salvador, eu apresento a universal oferta da salvação a todos 
os homens em qualquer lugar, até onde minha voz e vida podem alcançar. Eu sei que Jesus também disse. 
"Ninguém vem a mim se o Pai não o trouxer". Eu sei que meu argumento por mais vigoroso e válido que ele 
possa ser, não pode como tal, trazer os homens ao conhecimento da verdade. Eu sei que no princípio o 
homem foi criado como portador da imagem de Deus e como tal possuindo liberdade. Mas eu sei também 
que esta liberdade do homem não consiste em habilidade para ir além ou independentemente do todo 
propósito controlador do Triuno Deus. O homem como uma criatura é livre dentro do desígnio de Deus; o 
homem que se tornou uma criatura pecaminosa é ainda livre dentro do plano de Deus. Ele é livre para pecar 
e, portanto livre para ser um escravo para pecar. Sem a pressuposição da soberana disposição de todas 



as coisas, quer na dimensão eu-tu (coisa) ou no eu-tu, (pessoa) ali não teria liberdade para o homem, nem 
significado para a história. 

Após dizer isto sobre meu simples vizinho eu retorno aos meus sofisticados amigos. Aqui você leva 
vantagem sobre mim. Você conversa constantemente com artistas modernos, existencialistas modernos 
etc, quando eles comem em sua mesa, estuda sua literatura. Enquanto que eu sou apenas um afeiçoado 
em livros. Mesmo assim, ambos temos que finalmente fazer nosso diagnóstico do sofisticado, bem como 
do simples incrédulo por meio de nosso "livro de medicina", a Bíblia. 

Quando eu falo do meu sofisticado amigo incrédulo eu não faço meramente uma "breve constatação", mas 
antes "conheço com antecipação" que esta "doença" é a mesma que a de meu simples amigo descrente. 
Esta é a doença do "homem natural" Os sintomas são diferentes, mas basicamente a doença é a mesma. A 
medicação para ambos é a mesma. Aambos necessita ser dito que eles estão a caminho da morte, que a 
ira de Deus está sobre eles e permanecerá sobre eles para sempre a menos que eles se arrependam e 
creiam no Evangelho. Aambos deve ser dito que eles não podem fazer o que necessitam e precisam fazer, 
a menos que o Espírito os habilita a fazê-lo. 

Eles não compreendem a si mesmos e seu mundo como eles são, porque eles não vêem a si mesmos e o 
mundo à luz do Triuno Deus que está em todo lugar, e os confronta com as suas reivindicações. Eles são 
como homens que perambulam no Campus do Seminário de Westminster apropriando para si mesmos do 
que lhes apraz. Quando o Sr. Gregg aproximou-se e perguntou, porque eles estavam apanhando coisas 
que não lhes pertenciam, eles olhariam para ele "inocentemente" ainda que um tanto quanto surpresos (e 
diriam) que este Campus pertence a uma outra pessoa. Na realidade eles estão tentando falsificar a 
realidade do Deus que existe. 

Como então nós proclamaremos o Evangelho do Deus que existe ao sofisticado homem do século vinte? 
Certamente você diz que devemos fazê-lo colocando ante ele o significado do evangelho como nós o 
encontramos nas escrituras. Nós devemos tornar inequivocamente claro o que dizemos que, o Deus que 
existe quer seu amor e serviço de todo o seu coração, tanto quanto ele engaja em sua vocação quer como 
um artista, como um cientista, como um filósofo ou como um teólogo. Ele agora segue seu chamado como 
seu centro. Ele deve, portanto repudiar o alvo da vida, o padrão de vida e a motivação de vida que o tem 
afastado de seu alvo. Ele deve tornar-se um "novo homem" em Cristo pelo poder do Santo Espírito a fim 
de responder apropriadamente, mesmo que se somente em princípio, ao Deus que existe. 

Mas agora o argumento começa. Diz o Sr. Jones: "Você está me pedindo para crer que todo "sistema de 
doutrina" de sua Confissão de Fé de Westminster se encontra na Bíblia como você diz ou sobre a 
autoridade da Bíblia em si mesma? Bem, há muitas outras interpretações da Bíblia além da sua. Além do 
mais, inúmeras Bíblias. Ou você apela para a autoridade de Jesus falando em e através das palavras da 
Bíblia? Se você faz, então você saberia que se Jesus era realmente um homem como era, como todos os 
homens, finito e como tal imerso na contingência da realidade espaço- tempo. Se você reivindica que Jesus 
era "Deus" bem como homem por instância, no Catecismo de Westminster, então você saberia que nenhum 
homem conhece, porque nenhum homem pode conhecer coisa alguma sobre tal Deus. Você relembra que 
Sócrates disse. Ele procurou conhecer a essência da santidade sem levar em consideração o que os 
deuses ou homens diz ou dirá sobre este. Na modernidade Immanuel Kant trabalhou as implicações deste 
socrático princípio da interioridade humana mais plenamente que Sócrates fez. Ele destacou para nós que 
o que o homem conhece, ele conhece porque sua própria mente tem imprimido as categorias de seu 
pensamento sobre a matéria rústica, nua da experiência. Nesse ponto portanto não se pode ter 
conhecimento de um Deus tal como o que a Confissão de Fé de Westminster estabelece. 

Aqui não pode existir semelhante deus. Como pode aqui então existir alguma coisa como o que você 
chama uma revelação de semelhante Deus? Revelações proposicionais dadas por um deus semelhante ao 
homem são sem significado. Todos os expertos modernos da ciência e filosofia concordam que para dizer 
Deus existe, no sentido tradicional da Confissão da Igreja é falar um absurdo. Muitos dos típicos 
modernos cientistas e filósofos podem crer em um deus. Eles mesmos defendem suas crenças contra os 
naturalistas, mecanicistas, céticos e materialistas. Eles podem crer em um deus pessoal. Eles podem 



querer dar uma espiritual e teológica interpretação do curso da história. Pois tudo que os seus deuses 
são, nada mais são do que projeções do assim chamado homem de consciência moral autónomo. Eles 
concordam com Kant que o homem em si mesmo é autónomo no ponto final de referência e discurso. Aos 
olhos do maior experto do pensamento moderno, o deus que existe está morto. "Quando isto é trazido 
para a metafísica", diz Neuath, um membro do Círculo de Viena, "alguém deve estar de fato em silêncio, 
mas não sobre alguma coisa". Ou, como o filósofo de Cambridge F. P. Ramsey, um entusiástico seguidor de 
Wittgenstein, coloca: "O que nós não podemos dizer nós não podemos dizer, e nós não podemos chamar 
um outro." 

Quando nós nos voltamos para a moderna teologia nós logo descobrimos que sua maior escola concorda 
com o ponto de partida, o método e a conclusão de ciência moderna e a filosofia. Com um acordo os 
teólogos modernos disputa que, de igual modo, não obstante, por outro lado contra o naturalismo, nós 
devemos falar de Deus e não de um Deus auto-suf iciente, cuja revelação de si mesmo é diretamente e 
claramente dada na história, mais particularmente em Jesus. Pressupõe-se que Jesus pensou que ele era 
o Filho de Deus. Pressupõe-se que em suas próprias palavras nós podemos ouvi-lo dizer que ele é um 
com o eterno Pai. Nosso princípio de interioridade não pode rebelar-se contra isto. O homem não é 
verdadeiramente um ser pessoal se ele deve atentar para vozes estranhas. Robert Collingwood expressa a 
visão da teologia moderna sobre a questão da revelação, bem como quando ele diz que a história moderna 
deve tomar cada reivindicação que Jesus faz quando ele diz que ele tem absoluta autoridade, tanto quanto 
há evidência para a sua filosofia da história. 

Desta maneira, eu creio, é a postura do homem moderno sofisticado em relação ao Deus que existe.